Este fim-de-semana foi de loucos... Estou completamente estoirada. E foram dois dias tão badalados que há imensas coisas sobre as quais eu poderia falar, foi um fim-de-semana bem cheio… Mas no meio de tudo o que vi e ouvi estes dias, foi algo que eu li hoje que me deixou mais a pensar.
Estava agora há pouco a aprovar uma Newsletter no trabalho e o título dizia “Esteja no sítio certo”. Curioso, não?
Será que estamos no sítio certo? Será que estamos mesmo onde Deus nos quer?
E com isto não me refiro ao “estar” físico, de local. Refiro-me a “estar”, como forma de SER. Será que estamos a esforçar-nos para fazer aquilo para o qual Ele nos plantou nesta terra, será que nos interessa sequer saber, ou é demasiado confortável estar onde estamos, para que tenhamos de nos dar ao trabalhar de sair e mudar?
Estamos no emprego certo?
Estamos na carreira certa?
Estamos a tirar o curso certo?
Estamos com o homem/mulher certo(a)?
Estamos com os amigos certos?
Estamos com a roupa certa?
Estamos com a atitude certa?
Estamos com a linguagem certa?
Estamos com o pensamento certo?
Estamos no ministério certo?
…
E se não estamos, estaremos com vontade de estar? Estamos comprometidos a fazer aquilo que Deus tem para nós, ou “dá muito trabalho”? Estamos disponíveis para ir quando Deus nos disser “vai”? Estamos prontos para ouvir um “não”, quando queríamos era ouvir um “sim”?
Pois é, são muitas as perguntas que têm de ser feitas e muitas as respostas que talvez não queiramos dar.
Sejamos práticos, será que num dia de chuva e frio intensos somos capazes de sair do sofá onde nos sentimos perfeitamente confortáveis, da mantinha que nos aquece os pés, da lareira que mantém o calor na sala, quando já estamos de pijama e já a passar pelas brasas para irmos para a rua e sem casaco para ir socorrer alguém que nos pediu ajuda (e não me refiro a um amigo, porque por esses, se formos realmente amigos, é óbvio que iríamos logo a correr)?
Será que se Deus nos dissesse hoje, como já o tem feito aliás com vários homens e mulheres, “dá o teu carro (que por sinal é praticamente novo e demorou tanto tempo a pagar)”, a nossa disponibilidade seria total?
Vamos mais longe ainda, se Deus nos enviasse hoje em missão para outro País, para bem longe da nossa família, do nosso emprego (aquele em que até somos efectivos) para longe dos nossos amigos, para bem longe da vida que até nos tem corrido bem… qual seria a nossa reacção?
Eu quero fazer a vontade de Deus na minha vida, quero dedicar a minha vida a Ele e hoje espero ser melhor hoje do que ontem e amanhã melhor do que hoje, posso dizê-lo com toda a convicção, mas tenho algum receio de responder a esta última pergunta, porque tenho medo de mentir. Temo que a minha reacção não fosse a melhor. Não digo que dissesse não, assim à cabeça, mas não sei mesmo como reagiria. Penso que ia chorar muito, no mínimo.
Não é fácil deixar a nossa zona de conforto. A verdade é que mesmo sendo às vezes difícil fazer a coisa certa, enquanto essa dificuldade está dentro dos nossos padrões de “aceitável”, vamos fazendo, o pior é quando aquilo que nos é pedido nos tira totalmente fora de pé… nessa altura, seremos nós capazes de saltar?
Quando aquilo que Deus nos pede vai além daquilo que nós esperávamos, quando aquilo que Deus nos pede não tem nada a ver com o que pensamos ser o melhor para nós, o que fazemos, o que sentimos, como reagimos?
Acredito piamente que Deus é perito em tirar-nos da nossa zona de conforto e colocar-nos em situações nas quais, se fossemos nós a escolher, certamente não nos colocaríamos. Porquê? Porque ele sabe que essa é a única forma de fazermos coisas que, se Ele não nos pedisse, talvez nunca fizéssemos. Porque essa é a única forma de crescermos, como homens, mulheres e como filhos de Deus, porque essa é a única forma de chegarmos ao nosso destino e de Deus nos preparar para aquilo que nos tem chamado.
O que quero dizer é, para chegarmos ao fim do jogo temos de começar pela casa da Partida e passar por todas as ruas, estações, companhias, quem sabe até pela Prisão. Estaremos preparados de facto para entrar em jogo, mesmo sem saber para o que vamos? Estaremos preparados para dizer efectivamente “Eis-me aqui senhor, envia-me a mim”?
Shalom!
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