VIDA NOVA, ROUPAS NOVAS

Estava a conversar com Deus há umas noites atrás, antes de adormecer, e pensava sobre alguns amigos que têm estado longe de Deus, longe da casa do Pai, vá desviados, como se costuma dizer na giria cristã. Enquanto reflectia sobre esse assunto e entregava a vida de alguns a Deus, veio à minha mente a parábola do filho pródigo, ou melhor, uma parte dela. Já li esta parábola muitas vezes, mas nunca tinha pensado nesta passagem da maneira como o Espírito Santo me mostrou nessa noite.

Se há alguém que pode falar sobre estar longe da casa do Pai, esse alguém sou eu. Durante muitos anos fui e vim e andei totalmente desviada do caminho que certamente originalmente Deus havia traçado para mim. Claro que o nosso Pai querido nunca nos abandona e mais cedo ou mais tarde, o bom filho à casa torna. Graças a Deus (mesmo!) foi isso que aconteceu comigo e hoje aqui estou, a escrever neste blog, que dedico totalmente a Ele. 

Mas não falemos do desvio, porque para a Deus isso pouco interessa, falemos do regresso, que é isso que é importante para o Pai. É engraçado como os Homens gostam de se focar no desvio e não no regresso. Mas sabem, para um pai que tem o filho longe, não é a partida que importa, mas sim a chegada. E é dela que hoje vos quero falar. 

Depois de pedir ao pai a sua herança e de sair de casa para gozar a vida, e depois de ter comido o pão que o diabo  amassou (literalmente), o filho pródigo regressa a casa com o rabinho entre as pernas, sem absolutamente nada. E quando digo nada quero dizer mesmo nada. Nada de dinheiro, nada de boas roupas, nada de comida, nada de família, nada de amigos, nada de dignidade. Nada de nada.

O que vemos à sua chegada? Um pai desejoso de abraçar o filho (v.22), que lhe dá as boas vindas com uma festa (v.23) e com roupas novas. Interessante não? E agora todos pensavam que eu ia falar do amor do pai, que recebe o filho não é? Pois enganaram-se, eu vou falar de roupa :) Confusos? Ainda bem. Assim podemos "desconfundirmo-nos" juntos!

 (...)Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés. Lc 15:22

 Depois de abraçar e beijar o filho, ou seja, depois de o cumprimentar, a primeira coisa que aquele pai fez quando o seu filho regressou foi dar-lhe novas vestes. Quando eu percebi o que isto significava fiquei feliz por entender... A mudança de vestes fala-nos de mudança de vida, fala de purificação, fala de santidade, de cobertura espiritual, de autoridade, meu Deus! Despir a roupa velha, os trapos, fala de nos despirmos e despedirmos da velha vida, do velho "eu" e abraçar uma nova vida, uma nova identidade, com o ADN de Cristo!

A primeira coisa que um filho tem de fazer quando regressa à casa do Pai é vestir estas novas vestes que o Pai oferece. Reparem na importância deste acto. Se quando regressamos a casa nos mantivermos com as vestes velhas, podres, mal-cheirosas, manchadas, sujas, sabem o que vai acontecer? Vamos sujar a casa toda... 

As nossas mãos e roupas sujas vão manchar as cadeiras, sujar a toalha da mesa, os talheres, tudo aquilo em que tocarmos. Os nossos pés vão sujar os tapetes, o nosso cheiro vai alastrar por toda a casa até se tornar insuportável lá viver. O mau cheiro da velha vida, ou seja, os maus hábitos, vão ser trazidos para dentro de casa e não só permanecerão naquele que os trouxe, como vão acabar por estender-se a todos os que nela habitam.

O regresso à casa do Pai tem de ser marcado pelo momento em que nos despimos de tudo aquilo que é velho, de tudo aquilo que já não importa mais. E isso significa que nos vemos livres não só de hábitos, vícios, etc, mas essencialmente da velha identidade que tínhamos. Aquela pessoa que éramos, não precisamos ser mais, é-nos dada uma nova oportunidade, de fazer tudo de novo, de construir uma nova identidade, com um ADN especial. Como diria alguém que amo muito, Deus atira o nosso passado ao mar e coloca no lugar onde o afundou uma placa a dizer "proibido pescar". Deus não se lembra daquilo que fizeste, é por isso que Ele te dá uma roupa nova, para te lembrares diariamente que é essa pessoa que és agora e que é o teu bom cheiro e não o mau, que se irá espalhar pela casa. 

Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.  Is 43:25

Que o meu Pai amado ricamente vos abençoe esta semana.

Shalom!

Para seguir o pro(fé)ta no Facebook é aqui