Querido diário,
Acabei de sair da casa de banho. Estive a orar. Sim, é que ser crente nos dias que correm obriga-nos a ser também muito criativos... Senão vejamos... Em minha casa vivo eu, a minha mãe e o marido, o meu avô e o meu cão. O meu avô teve um AVC há mais de 2 anos e foi viver “temporariamente” lá para casa, para o meu quarto, para ser mais exacta. Sim, partilhamos o quarto, ele dorme naquela que um dia foi a minha cama e eu durmo numa cama de hóspedes que comprei no IKEA.
Não me estou a queixar, entendam-me, estou apenas a expor a situação. Numa metade do quarto estou eu, os meus 500 móveis do meu tempo de estudante, juntamente com todos os livros, computadores (sim são dois), bíblias, cadernos, devocionais, bijutaria, écharpes, malas, sapatos, botas, cremes e afins. Na outra metade está o meu avô, com a sua roupa, sapatos, casacos, cachecóis, gravatas e tudo o mais que é necessário à boa vivência de alguém.
Agora podem perguntar-se como é que te vestes, como é que fazes as coisas que uma pessoa normal, uma mulher principalmente, faz? Como é que oras, como é que passas o teu tempo com Deus? Pronto, é aqui que entra a minha criatividade (graças a Deus que temos um Pai criativo e que nos dá estratégias) … às vezes oro no carro, outras na casa de banho, outras fecho a luz e oro para dentro para ninguém me ouvir e, mais recentemente, tenho gostado de orar dentro da banheira (com a água a correr é mais fácil abafar o som e estar mais à vontade). Diria para não repetirem esta ultima em casa, é que se forem como eu, esticam-se no tempo do banho e os pais têm alguma tendência a queixar-se do gasto abusivo de água e gás...
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Quando a Joana e o Claudio nos pediram que nos preparássemos para aquilo que será a nossa apresentação de teatro de final de ano, aconselharam-nos a arranjar um caderno e a escrever pensamentos, coisas soltas, pequenas coisas que nos tocassem ao longo do dia, enfim tudo o que nos viesse à cabeça sobre a nossa vida no geral e que mostrasse a realidade da vida cristã, a verdade de ser crente- até brincámos com um possível nome da apresentação e pensámos em chamar-lhe “perspectivas de um c(a)rente”.
A ideia é partilharmos algo de nós, não só a parte espiritual da coisa, mas também a forma como lidamos com isso, as nossas dúvidas, as nossas dificuldades, enfim, a nossa “humanidade”.
DENTRO OU FORA DE ÁGUA, PEIXE É PEIXE
Esta é a minha "humanidade". Sou crente, sim, mas a minha vida de crente vai muito além de mãos levantadas no culto de domingo de manhã, muito mais além da apresentação de dança na Festa do Sucot, muito mais além de um Encontro ou de uma Rede de Jovens.
Tudo isso faz parte da nossa vida com Deus, mas fora do “aquário”, também temos de saber ser peixes. Resta saber, como é que conseguimos nadar, como é que conseguimos respirar onde não há água? Eu diria que temos de ser nós a criá-la, com a ajuda preciosa do Papá, claro.
Ser crente num mundo em que tudo parece girar à volta de outras coisas, parece não ser muito fácil. Principalmente quando a nossa própria família, amigos e outros afins parecem saber tudo aquilo que nós temos de ser, o que temos de fazer e o caminho que temos de seguir. Mas de quem é o caminho, nosso ou deles?
Desde que nascemos temos o caminho traçado. Sair da maternidade, ir para casa, passa-se a licença de parto e lá vamos nós para o colégio mais próximo ou para casa da avó. Começamos a crescer e torna-se imperativo entrarmos na escola primária, depois na preparatória, e finalmente no liceu. E durante todos esses anos reparem na pergunta que sempre nos fazem: “o que é que queres ser quando fores grande?” E nós respondemos com muito gracejo: “cabeleireira, não, médica, não, jornalista, não, polícia, não, eu quero é ser bombeiro, ah não esperem, quero ser veterinária”.
Mas que chatice, sei lá eu o que queremos ser, porque é que insistem em perguntar-me isso? Importam-se de me deixar viver a minha vida despreocupadamente, sem ter de pensar em como vou sustentar a família que só penso ter daqui a uns 20 e tal anos?? Gostava de ser criança enquanto posso, importas-te?
Tudo parece definido, delineado, o mundo marca o nosso passo. E nós deixamos. No final do liceu a pergunta fatídica “que curso queres tirar?”. E aí já não dá para inventar, sob pena de se gastar pequenas fortunas em Universidades para nada, ou ainda sob pena de ficarmos desempregados.
E lá vamos nós, mais ou menos entusiasmados, e entramos para a Universidade, com esperança de que um dia vamos “ser alguém”.
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Nem sei porque estou a escrever tudo isto, não era por aqui que eu estava a pensar ir, mas já que aqui cheguei, queria partilhar convosco uma frase que ouvi um dia, há muitos anos atrás na igreja. “Decisões Decidem Destinos”. Não faço ideia do que o pregador na altura disse, mas algo me diz que o que ele queria dizer é que as nossas decisões marcam o nosso caminho. Aquilo que escolhemos fazer hoje, aqui e agora, vão definir o nosso amanhã, ali, depois.
“E como é que eu sei que aquilo que estou a escolher é bom para mim?”, perguntamo-nos. Pois, não sabemos, por isso é que devemos colocar tudo nas mãos de Deus e descansar Nele, confiando de que ele saberá o que fazer. Mas este texto não tem a ver apenas com o esperar em Deus e entregar-Lhe o nosso caminho, sobre isso já falei ontem.
O ALVO QUE DESCONHECEMOS, O CÁLICE QUE NÃO QUEREMOS
Aquilo que estou a querer dizer é que temos de fugir ao caminho que os outros traçam para nós, às vozes que nos dizem o que fazer e como fazê-lo, e até fugir ao que nós traçamos para nós mesmos. Temos de saber fazer como Jesus fez e avançar até ao nosso objectivo, ignorando todas as vozes que nos distraem pelo caminho. E com vozes estou a referir-me a pessoas, mas também a tudo aquilo que nos distrai. Que possamos saber definir as nossas prioridades, é a minha oração para todos nós.
Ontem li algo na “A Palavra pra ti hoje” que tem a ver com isto. O devocional de dia 20 de Janeiro diz “Precisas de direcção para a tua vida? Abranda o ritmo e ouve Deus. O que Ele tem a dizer é mais importante do que qualquer outra coisa que possas ouvir”. Temos de saber fazer conforme nos diz o Apóstolo Paulo na Carta aos Filipenses:
Temos de prosseguir para o alvo. Mas e como sabemos que alvo é esse? Como sabemos o que estudar, em que ministério servir, onde viver, como agir, com quem namorar, com quem casar? Entreguemos tudo nas mãos de Deus e a seu tempo Ele nos dirá.
Mas para que consigamos seguir em frente e agir, temos de saber morrer para a nossa vontade e pagar o nosso preço, seja ele qual for. Temos de saber seguir a vontade de Deus e permitir, sim permitir e estar disponíveis para que Ele nos use.
Jesus disse: “todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna. (Mateus 19:28,29)
Vamos seguir o exemplo de Jesus, que viveu para os outros, sem nunca deixar que eles o influenciassem. Ele soube definir as suas prioridades e soube ouvir o Pai sempre, seguindo o caminho que Deus traçou para ele.
Este dirigiu os Seus passos até à cruz, onde Jesus pagou um preço muito, muito alto para que eu possa estar aqui hoje a escrever este texto e tu a lê-lo. Acham que não foi duro para Jesus? Tenho a certeza que foi, porque perto do fim ouvimos Jesus dizer “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice” (Mateus 26:34) Mas, ainda assim, sendo difícil, sabendo qual era o preço que Deus lhe pedia, Jesus disse também na mesma frase “…todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.”
"esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo…"(Filipenses 3:14).
Temos de prosseguir para o alvo. Mas e como sabemos que alvo é esse? Como sabemos o que estudar, em que ministério servir, onde viver, como agir, com quem namorar, com quem casar? Entreguemos tudo nas mãos de Deus e a seu tempo Ele nos dirá.
O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos.
(Prov. 16:9)
Mas para que consigamos seguir em frente e agir, temos de saber morrer para a nossa vontade e pagar o nosso preço, seja ele qual for. Temos de saber seguir a vontade de Deus e permitir, sim permitir e estar disponíveis para que Ele nos use.
Jesus disse: “todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna. (Mateus 19:28,29)
Vamos seguir o exemplo de Jesus, que viveu para os outros, sem nunca deixar que eles o influenciassem. Ele soube definir as suas prioridades e soube ouvir o Pai sempre, seguindo o caminho que Deus traçou para ele.
Este dirigiu os Seus passos até à cruz, onde Jesus pagou um preço muito, muito alto para que eu possa estar aqui hoje a escrever este texto e tu a lê-lo. Acham que não foi duro para Jesus? Tenho a certeza que foi, porque perto do fim ouvimos Jesus dizer “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice” (Mateus 26:34) Mas, ainda assim, sendo difícil, sabendo qual era o preço que Deus lhe pedia, Jesus disse também na mesma frase “…todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.”
Hoje que eu e tu possamos dizer:
“Pai não seja como eu quero, mas como TU queres”
“Pai não seja como eu quero, mas como TU queres”
Shalom!
Paii, seja como Tu queres .
ReplyDeleteSempree..