Passamos pela vida todos os dias, mas não paramos para olhar para ela. Para agradecer as pequenas coisas que ela nos oferece, sem pedir nada em troca. Não a contemplamos. Não a vivemos. Passamos por ela.
Saint-Exupéry, no livo "O Principezinho", dizia que "aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós". Eu pergunto-me, e nós? Passamos por ela [a vida] e o que deixamos?
Ontem à noite deitei-me na cama e escrevi isto, no telemóvel, para publicar hoje aqui. Era tarde, mas eu agradeci a Deus pelos lençóis limpos, a cama feita de lavado, e pelos meus pés, lavados por águinha quente e corrente, que ali deslizavam. Que sensação tão boa. Que coisa tão parva, dizem alguns. E venho aqui perder tempo a escrever isto. Eu sei, parece parvo e sei que não é um texto habitual. Tenho vários para escrever, mas o tempo não tem estado do meu lado [ou eu do dele, nem sei bem]. Este é curto e é para todos. Nada de grandes teorias bíblicas. Nada de grandes versículos e palavras eloquentes. Este é só para relembrar-vos que a vida tem mais para se apreciar, do que o que nós imaginamos.
Hoje é sexta-feira e como eu ouvi ontem passou já quase uma semana. A segunda, a terça, a quarta, a quinta, já não voltam. Perdeste a oportunidade de fazer o que tinhas de fazer, se não o fizeste.
Não deixem a vida passar por vocês. Não passem vocês por ela. Párem, por dois segundos que seja, e olhem à vossa volta. Cumprimentem a senhora que limpa a casa de banho no vosso trabalho; reparem no sol maravilhoso com que fomos brindados esta manhã; percebam o sorriso dos vossos filhos; reparem no vosso frigorífico com tanto, quando há tantos com tão pouco; olhem ao espelho e vejam como são saudáveis; agradeçam pelo carro que vos conduz; pelas roupas que vestem; reparem nas flores que ainda permanecem pelo caminho; oiçam o passarinho que canta; o cão que brinca... Olhem para as pequenas coisas e vejam-nas. Estamos tão habituados a deitar-nos em lençóis lavados, que já não lhes damos o devido valor. Anestesiados, é o que a malta anda. E quem está anestesiado não sente, não percebe, não realiza, não vê.
Eu não quero estar anestesiada, eu quero viver a vida com tudo o que posso e tenho. Eu quero, mais do que passar por ela, deixar nela uma marca, a minha marca. A marca que Deus imprimiu em mim.
Hoje é sexta-feira e eu tenho um recado para a vida. Eu não vou passar por ti. Nem tu por mim. Eu estou aqui e tu vais ter de me aturar. Vou-te viver até poder. Vou-te sentir e vou-te dar o meu melhor. Até Deus me permitir. Eu vejo-te.
Não faças da tua vida um rascunho; pode acontecer que não haja tempo de o passares a limpo. Pr. Márcio Leareno
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