CRER PARA VER

Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas. Lucas 1:45

Estamos habituados à expressão "ver para crer", mas no mundo espiritual a vida funciona precisamente ao contrario. Eu preciso de crer para ver. 

A passagem em que o anjo anuncia a Maria o nascimento de Jesus é maravilhosa. Já a li vezes sem conta e não me canso, gosto tanto. O cântico de Maria, que também lemos naquelas linhas, é lindíssimo. A sua fé é inspiradora.

A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador (...) E santo é seu nome. Lucas 1:46-49

Diretamente do coração de Maria para o coração do Pai, estas palavras são um exemplo para nós, um exemplo de devoção, de adoração e de profundo temor a este Deus sobrenatural, Pai eterno, Amigo consolador.

Maria era uma jovem solteira e virgem, prestes a casar. Certo dia depara-se com um anjo que lhe diz que ela vai ter um filho. Choque. Naquele tempo isso era provavelmente razão para ela nunca mais casar, ser olhada de lado, repudiada. E o que diria o noivo? Mas não, a miúda não se passou, não lhe saltou a tampa, nem mandou o anjo dar uma curva, pelo contrário, ela respondeu simples e suavemente: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra." (Lucas 1:38).

Que exemplo de fé, humildade e temor é para nós a atitude desta jovem menina. Não nos devemos deixar abalar pelo que parece ser duro e impossível aos nossos olhos. Deus vê mais à frente. Com a batalha Ele envia também as armas e a armadura. Quando Ele envia a ordem, Ele envia também a provisão. A fé que a recebe e obedece é aquela que vê sem ver, que vai sem saber o caminho, que faz mesmo sem entender.

Quando recebe a notícia de que será mãe de Jesus, Maria é também informada pelo anjo que a sua prima Isabel (que era estéril) está grávida de seis meses. Rapidamente vai visitá-la e dá de caras com um barrigão, porque Deus não mente e não falha.

Aquela que era estéril concebeu, "porque para Deus nada é impossível." (Lucas 1:37) e quando vê Maria "Isabel foi cheia do Espírito Santo e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.(Lucas 1:41-42). Mas através da boca de Isabel ouvimos algo mais que veio diretamente do trono: Bem-aventurada a que creu, pois hão-de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas. (Lucas 1:45)

Há grandes bençãos escondidas na fé. Feliz o que crê naquilo que Deus diz. Feliz aquele que não duvida da Sua eterna e verdadeira Palavra, porque ele verá cada promessa feita pelo Deus vivo ser cumprida e será abençoado, ele e a sua descendência.

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A INTERCESSÃO QUE LIBERTA

E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía. Jó 42:10

Na minha caminhada aprendi que acontece algo de maravilhoso em nós quando oramos por outros. Quando não estou bem oro por alguém e de repente sinto-me livre, leve e solta. Quando Jó orou pelos amigos diz a Bíblia que o Senhor virou o seu cativeiro, que é como quem diz, libertou-o.

Jó estava preso. Preso à doença, à morte, à calúnia, à inveja, à tristeza, à depressão, à destruição, à perda. Jó tinha perdido tudo. Família, dinheiro, propriedades, saúde, amigos...Talvez também tu te sintas perdido e preso a algo. 

Não sei qual é o nome da tua prisão, se é desemprego, cancro, infertilidade, divórcio, solidão, depressão... mas o Deus de Jó é o mesmo hoje ainda, Ele é o teu Deus e pode mudar o teu cativeiro como fez com Jó. Ele pode mudar a tua história e acrescentar-te em dobro, a tudo quanto tinhas antes.

Faz como Jó, ora por aqueles que tu sabes que precisam. Ora por alguém, quem sabe, que está com um problema semelhante ao teu ou pede a Deus que te dirija e coloque no teu caminho alguém que tu possas abraçar e abençoar com a tua intercessão. Só não deixes de orar por alguém.

Faz das palavras de Jó as tuas neste dia:

Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Jó 42:2 

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PRÓXIMA ESTAÇÃO: TRANSIÇÃO

Texto Atualizado a 2 Out. às 11:53 

Com o tempo que faz em Portugal, impõe-se escrever qualquer coisa. Não, não pretendo escrever sobre metereologia, e também não vou escrever sobre chuva (acho eu...), mas na verdade tenho pensado no outuno e em como esta é uma estação de transição e é sobre isso que vos quero falar hoje. 

Quando era criança aprendi que existem quatro estações num ano: primavera, verão, outono e inverno. Ao longo da vida aprendi a gostar mais de umas do que outras, mas descobri que todas elas têm a sua beleza e o seu encanto.

No nosso processo de crescimento e na nossa caminhada com Deus também passamos por várias estações. Às vezes é inverno, outras é verão e entre uma e outra, passamos sempre pela primavera ou pelo outono, a que eu chamo estações de transição. Estas nem são quentes, nem frias, são mais indefinidas, mas não rigorosas, são na realidade uma mistura entre a estação que passou e a que está a chegar. O inverno fortalece-nos, o verão renova-nos, mas o outono e a primavera são especiais, eles preparam-nos para amadurecer, para crescer, para receber o novo que está a chegar, seja ele bom ou (aparentemente) mau.E com tanta responsabilidade, estas são estações que não podem ser ignoradas, porque são essenciais na nossa vida. Fazem falta e fazem a diferença.

A boa notícia é que o relógio de Deus não é igual ao nosso e portanto, estarmos à porta do inverno não significa necessariamente que seja essa a estação em que vamos entrar também na nossa vida. ("que bom", estão alguns a pensar...).

Quando pensei no outono como estação de transição, pensei em mim, eu sinto-me em transição. Nem me dei conta de que se estivesse no outono isso significaria que iria entrar no inverno a seguir (oh God, outra vez não)...

E ultimamente sinto-me como aquelas personagens nos filmes quando vai acontecer algo extremamente importante mas que só os espectadores em casa conseguem perceber... aos meus olhos parece que não acontece nada. Não vejo absolutamente nada a acontecer. Se eu não tivesse a certeza de ter Deus comigo, ficaria na dúvida se Ele estaria a fazer alguma coisa (graças a Deus não é o caso).

Sinto que Deus está a olhar para mim e a ver o que vai acontecer, mas que eu ainda não vi a cena seguinte...

O verão natural distraiu-me, mas na verdade no mundo que não se vê eu tive chuva e usei várias vezes o chapéu para me proteger. Calcei as botas para atravessar rios de água que se acumulavam junto às portas e lutei contra a depressão típica de um tempo cinzento. Sim, tem sido inverno por estes lados e agora, ao escrever este texto, dei por mim a perceber que talvez, só talvez, eu não esteja a entrar no outono, mas na primavera. Talvez o verão esteja mais perto do que eu pensava.