Thursday, June 6, 2013

OBEDECER OU SACRIFICAR: O PREÇO DE UMA ESCOLHA


Um destes dias durante uma conversa, uma amiga disse algo que me fez pensar. É um versículo que conheço bem, mas não sei explicar, quando ela disse aquelas palavras, parece que elas se transformaram e ganharam vida. "Prefiro obedecer do que sacrificar", disse ela. E isto ficou a ecoar na minha mente.

Obedecer é uma acção que tem o poder de mudar uma vida, o poder de mudar circunstâncias, o poder de transformar (o fim de) uma história.

Quando somos crianças ensinam-nos (ou pelo menos deviam) que temos de ser obedientes aos nossos pais, aos professores, e às figuras de autoridade em geral. E facto é que se, num restaurante, na rua, ou no hipermercado, o nosso pai nos diz "fulano, pára de correr" ou "já chega, não quero mais birras" e nós fazemos o que o pai pede, somos considerados bem educados, porque obedecemos. 

A sociedade ensina-nos que obedecer é bom, porque o contrário implica, regra geral, uma consequência mais ou menos negativa. Se chegamos mais tarde a casa do que aquilo que nos foi permitido, ficamos de castigo uma semana sem telemóvel. Se dizemos uma qualquer barbaridade aos nossos pais, que eles consideram uma falta de respeito, resta-nos pedir desculpa e esperar que nos deixem novamente ir às festas e aos jantares que tanto gostamos de frequentar. Ou se uma criança faz uma qualquer birra daquelas, leva uma palmada. 

Enfim, as consequências começam (ou deviam começar pelo menos) em tenra idade, porque pretendem preparar-nos para a vida e, na vida, tudo o que semeamos, colhemos. Por isso o sábio nos diz lá em Provérbios 22:6: Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.

A obediência é um princípio fundamental, porque a desobediência geralmente leva-nos por caminhos tortuosos, de sacrifício e, não raramente, de morte. 


O ciclo da obediência começa sempre com uma ordem, à qual precisamos de responder com sabedoria. A resposta, essa, depende de nós, na verdade, porque Deus deu-nos o livre-arbítrio.  

(...) ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele. Deuteronômio 30:19-20

Acho maravilhoso como Deus não nos dá missões suicidas ou impossíveis. Ele avisou-nos de tudo. Nós já sabemos o que fazer e, se caso algum houver em que estejamos na dúvida, temos o Espírito Santo, que Ele enviou, para nos ajudar. Agrada-me saber que Ele nos guia em todo o tempo, para que tomemos sempre a direção certa, basta que estejamos atentos. 


E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. Isaías 30:21

Recebida a ordem, é-nos dado a escolher entre o caminho da obediência ou o caminho da desobediência, mas seja qual for a nossa escolha, não nos livramos das consequências, para o bem ou para mal.

Porquanto te ordeno hoje que ames ao SENHOR teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o SENHOR teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir.

Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, (...), então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis. Deuteronómio 30:16-18

Vejamos o exemplo acima. 

ordem
consequência da obediência
consequência da desobediência
Amar o Senhor
Vida

Andar nos seus caminhos
Multiplicação
Morte
Guardar os seus mandamentos,
estatutos e juízos.
Benção na terra que possuirmos



Coloquei isto num quadro para vos explicar melhor o que percebo aqui. Estou empolgada a escrever isto, não sei se vocês conseguem entender a profundidade da coisa... Tudo se interliga e faz sentido de uma forma tão incrível. 

Quando escolhemos "amar o Senhor", na verdade estamos a decidir viver. Amá-lo é ser cheio da Vida que Nele há. E quando o amamos e somos cheios da Sua vida, deixamo-nos moldar por Ele e certamente desejaremos "andar nos seus caminhos". Caminhos esses que nos levam a crescer e a amadurecer. 

Porque andamos pelos Seus caminhos de benção, paz, justiça, e alegria, em oposição aqueles que nos trariam maldição, confusão, arrependimento e depressão, transformamo-nos em pessoas honestas, amáveis, trabalhadoras e confiáveis, pessoas que constroem famílias felizes e equilibradas e que ensinam aos seus filhos o mesmo que aprenderam.

Quando amamos a Deus e andamos pelos Seus caminhos, é inevitável guardar a sua lei. E porque somos pessoas com "sumo", seremos certamente benção na terra onde vivermos. Sal e luz do mundo. 

Perecereis

Perecereis. Uma palavra apenas descreve a consequência de uma escolha, da escolha errada. A desobediência leva apenas a um caminho: a morte. Seja ela literal ou metafórica, a morte nunca augura nada de bom. 

Em alguns casos podemos estar a falar de morte física, noutros de morte espiritual, mas em qualquer um deles entendemos que o preço a pagar por uma decisão errada é, regra geral, demasiado elevado e, algumas vezes, irreversível.

E isto recorda-me as palavras de Paulo aos Romanos: Porque o salário do pecado é a morte. (Romanos 6:23)

Não me quero alongar muito mais, porque este texto já está a ficar enorme, mas deixem-me só fazer mais algumas considerações. 

Em toda a Bíblia lemos sobre o preço da desobediência e lemos sobre a honra que veio sobre aqueles que escolheram obedecer em circunstâncias adversas, mesmo sem entender a ordem de Deus. 

Abraão, Daniel, José, Ester e tantos outros ficaram na história porque obedeceram, mas muitos homens de Deus, escolhidos do Senhor, caíram em algum momento nesta armadilha da desobediência e sofreram as consequências dos seus atos. 

Sansão, Saúl, a mulher de Ló, o "homem de Deus" que lemos em  I Reis 13:26, o profeta Jonas, Moisés e até mesmo David, um homem segundo o coração de Deus, viram as suas histórias mudar porque num momento da sua vida desobedeceram.  

Alguns deles morreram pela desobediência, outros acabaram por sacrificar de alguma forma o seu chamado.  Felizmente nem sempre a desobediência nos leva à morte, seja ela espiritual ou física, mas os princípios espirituais são imutáveis, porque Deus não muda, e as consequências, essas, são inevitáveis. 

Não desobedeças à ordem Daquele que tudo sabe, tudo conhece e tudo vê. E não caias no erro de pensar que só acontece aos outros. Esse foi o erro do Rei David. A sua arrogância e falta de sabedoria em achar que podia ficar em casa quando o seu lugar era na batalha lembra-nos que ninguém está livre de cair, nem mesmo um homem segundo o coração de Deus. 

David pôde arrepender-se e Deus perdoou-o, mas quantas vidas sofreram pelo seu erro? Ficar no palácio a descansar parecia algo tão pequeno, tão inócuo e, no entanto, levou à destruição de uma família e quase lhe custou o reino. David desobedeceu a pelo menos três dos dez mandamentos e pagou muito caro por isso. Sacrifício.  

se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis. Ester 4:14

A nossa desobediência não limita o agir de Deus, porque Ele sempre provê o "socorro e livramento de outra parte", mas quando escolhemos não obedecer, certamente algo acabará por ser sacrificado. Pode ser que seja um relacionamento, um emprego, uma promoção, um sonho... e tudo o que irás lembrar é que podias tê-lo evitado. 

Porque Adão e Eva desobedeceram à ordem de Deus e arrastaram consigo toda a humanidade para um fim terrível, o próprio Deus sacrificou o seu único filho. Jesus deu a sua vida em sacrifício vivo por todos nós, para que hoje possamos ter vida abundante e possamos estar perto de Deus Pai. Pela desobediência de um homem o mundo hoje jaz no maligno, mas pelo sacrifício de outro o mundo tem uma escolha.  

Quando tiveres de escolher, lembra-te disso, lembra-te Daquele que tudo fez por nós, por mim e por ti. Faz a melhor escolha possível, escolhe-O a Ele. 

Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar. I Samuel 15:22

Escolhe obedecer, para que não te seja necessário sacrificar. 

Shalom!

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